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Showing posts from January, 2024

Urgente

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 Amor, em sua urgência, clama alto, Como um navio que anseia pelo vasto mar. Palavras que devemos desfazer, Ódio, solidão, crueldade a temer, Lamentos incessantes, espadas a enterrar. A alegria, uma criação necessária, Beijos a multiplicar, campos a florescer, Rosas a descobrir, rios a desvendar, E manhãs claras, em luz a nascer. Sobre os ombros, o silêncio pesa, E a luz, impura, fere a vista, arde sem cessar. Amor, em sua urgência, clama e reza, É imperativo amar, é vital ficar. Na solidão, onde sombras se entrelaçam, Ecoam passos vazios, em corredores sem fim. Melancolia, como véu, suavemente desce, Cobrindo corações em seu lamento sem voz. Nas horas tardias, a alma, só, vagueia, Por jardins de sonhos murchos, sob a lua pálida. Lágrimas de estrelas caem, silenciosas, frias, Em noites onde a esperança parece tão frágil. Mas ainda na tristeza, na dor mais profunda, O amor sussurra, uma chama que nunca se apaga. Na escuridão, ele brilha, eterno e imutável, Pois mesmo na solidão, o amor

Echoes in the Void

In the void’s embrace, where stars burn out, Our love was a whisper, a fleeting shout. You a shadow in the cosmic play, Embraced the end, in his own stark way. No gods, no myths, in his final breath, She met the void, the eternal death. Life, a fleeting spark, a moment’s blaze, In its brief fire, we spent our days. Chance brought us close, in the endless night, In time’s cold expanse, a brief respite. Ten years, a blink in the universe’s eye, Under indifferent stars, we lived our lie. Now she’s gone, into nothingness’ fold, Her absence a void, dark and cold. No reunion in some ethereal sphere, Just the silence of the cosmos, vast and clear. In the grand emptiness, where we drift apart, Our love but a dream, in the cosmic heart. In the end, alone, we each must roam, In the universe’s void, forever home. 

Gosto

Das noites quentes do verão, onde a brisa do suão acaricia a pele. Gosto do verde exuberante da primavera, que desperta desejos e esperanças. Gosto do sorriso das crianças, brincando inocentes, revelando segredos. Gosto da doçura do toque de uma mulher, a sensualidade em seu olhar profundo. Gosto da leveza dos cabelos longos, que convidam ao toque e à carícia. Gosto de uma escrita intensa, que desnuda desejos ocultos e paixões ardentes. Não tenho apreço para palavras supérfluas, ocos de significado, que escondem o que realmente importa. Gosto das manhãs frescas do verão, onde a maresia e a luz sussurram promessas sensuais. Gosto de frutas suculentas, que escorrem prazer a cada mordida. Gosto das coisas simples, diretas, cruas, que revelam a autenticidade da paixão. Gosto do calor do romance e da poesia, onde as palavras são suspiros e gemidos. Não suporto indecisões, prefiro a entrega total, sem reservas. Gosto de saborear cada momento como se fosse o último. Gosto de rir, de sorrir, d

Galope

 Minha doçura amarga e doce, meu segredo, Sonho de amor tecido em verso e medo. Na solidão, um desejo de horizontes, No galope livre por vales e montes De beijos teus, na poeira do meu ser. Por ti, as palavras brotam, Por ti, mundos eu desenho, Por ti, anseios me consomem, Por ti, pensamentos fluem, Por ti, os lábios se abrem. Na imensidão, uma calma se prepara, Como o silêncio antes da tempestade rara. Em teus olhos, a promessa de um afago, No calor do teu abraço, o meu alento. Canção de sonhos puros, fantasia, Em ti busco todo o gozo, toda a alegria. Minha nostalgia, Minha doçura, Minha inteireza, Meu breve instante de eterna beleza. Por ti, existo Por ti, anseio Por ti, sorrio Por ti, espero E no abraço da esperança, o medo enterro.

Amanha

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Na dança da incerteza nos entregamos, Sem saber se a paixão nos abraçará; Amanhã, talvez, nos fundiremos, O tempo eterno nosso amor há de consagrar. O amor, doce e terno, nos envolve, Com lábios que se unem em fervor, Suspiros e olhos que amor resolve, Lágrimas que selam nosso ardente ardor. Impelidos por um amor que transcende, Sem medos, entregamo-nos à paixão, Agradecemos aos céus que nos atendem, Guiando nossos corações com devoção: Que nossa chama ardente nunca se apague, Que nosso amor floresça e nunca se afaste; E que, como rios calmos e serenos, Nossas almas juntas fluam em amores amenos.