Urgente
Amor, em sua urgência, clama alto, Como um navio que anseia pelo vasto mar. Palavras que devemos desfazer, Ódio, solidão, crueldade a temer, Lamentos incessantes, espadas a enterrar. A alegria, uma criação necessária, Beijos a multiplicar, campos a florescer, Rosas a descobrir, rios a desvendar, E manhãs claras, em luz a nascer. Sobre os ombros, o silêncio pesa, E a luz, impura, fere a vista, arde sem cessar. Amor, em sua urgência, clama e reza, É imperativo amar, é vital ficar. Na solidão, onde sombras se entrelaçam, Ecoam passos vazios, em corredores sem fim. Melancolia, como véu, suavemente desce, Cobrindo corações em seu lamento sem voz. Nas horas tardias, a alma, só, vagueia, Por jardins de sonhos murchos, sob a lua pálida. Lágrimas de estrelas caem, silenciosas, frias, Em noites onde a esperança parece tão frágil. Mas ainda na tristeza, na dor mais profunda, O amor sussurra, uma chama que nunca se apaga. Na escuridão, ele brilha, eterno e imutável, Pois mesmo na solidão, o amor